Visita de estudo à ilha de São Miguel, Açores

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De 1 a 4 de abril, os alunos do ensino secundário tiveram a oportunidade de participar na visita de estudo a São Miguel, Açores, que foi planeada tendo em conta o conteúdo de várias disciplinas:

 

- Biologia e Geologia: Vulcanismo; Rochas magmáticas; Tectónica de Placas; Estrutura interna da Terra; Sismologia; Biodiversidade; Teorias da evolução das espécies;
- Física e Química: reações de enxofre; estudo de movimentos (queda livre com resistência do ar não desprezável);
- Português: Antero de Quental;
- Filosofia: Arte; Conhecimento científico;
- Inglês: Apresentação de reportagem fotográfica da visita comentada;
- Geografia A: Geotermia; Relevo; Clima; Termalismo; Turismo; Aquíferos; Fajãs;
- História A: Do Período Filipino à Restauração da Independência; A Arte Barroca e Romântica; História Militar de São Miguel (da guerra da restauração ao século XX)

 

Já em Ponta Delgada, a visita guiada ao Museu Carlos Machado possibilitou o contacto com o núcleo de arte sacra, que avivou os conhecimentos relativos ao período barroco que se interliga com obras e autores trabalhados nas disciplinas de Português e de História, nomeadamente Pe. António Vieira.

Os alunos conheceram também a exposição dedicada ao pintor Domingos Rebelo, um dos maiores artistas açorianos do séc. XX. O Circuito da História Natural, base da fundação do museu, apresentou aos alunos oito salas onde se apelava aos mais diversos conhecimentos ligados à zoologia, geologia, mineralogia e botânica. 

Todos os alunos desfrutaram depois das lindíssimas paisagens naturais, devidamente associadas aos conteúdos das diversas ciências naturais e físico-químicas, degustaram o saboroso cozido das Furnas e banharam-se no Tanque de Água Termal no parque Terra Nostra.

 

Aqui fica o registo efetuado pelo Mauro Bento, um dos alunos que vivenciou esta visita:


"Na sexta-feira, dia 1 de abril de 2022, eu e mais 22 colegas do secundário embarcámos numa aventura sugerida pela nossa escola para que, juntamente com 3 professores fôssemos conhecer a tão linda ilha de São Miguel, localizada na região autónoma dos Açores.

 

Embarcámos pela companhia aérea Ryanair, mas não houve motivos para reclamações... ok, deixem-me reformular a frase. Não houve motivos de reclamações durante o voo, porém se há uma pessoa que sofreu muito com as políticas de viagens deles este alguém sou eu. Fui parado duas vezes durante o processo de embarque, tanto na ida como na volta, por causa de líquidos. A culpa é um pouco minha por não haver percebido a cem por cento o regulamento de coisas que eu poderia levar e, por esse motivo, fui obrigado a deitar ao lixo um frasco inteiro de creme de 400 ml e outro de desodorizante (que nem eu mesmo sabia que tinha na mochila), mas garanto-vos que o que vimos e aprendemos nos Açores vale pelos dois, entretanto, aconselho-vos a não ser como eu e a ler e a perguntar sempre sobre o que podemos ou não levar.

 

O voo demora cerca de duas horas e meia, contudo, como em Ponta Delgada o fuso horário regista uma hora a menos, quando nós aterramos era meio-dia, ou seja, uma da tarde em Portugal continental. Já no dia da chegada tivemos uma hora livre para almoçar, conhecer um pouco a capital, conviver um pouco com o povo açoriano e conhecer uma característica de que já me haviam falado e que depois confirmei: o sotaque da população açoriana. Lembro-me de ter ido a uma pastelaria pedir um kebab e a senhora ter de repetir três vezes a mesma coisa porque eu não estava a entender. No início, pensei que ela estivesse a tentar falar inglês por eu ser estrangeiro, mas isso não faria sentido uma vez que eu havia feito o pedido em português e, também, aquilo teria de ser uma vertente muito desconhecida da língua inglesa porque eu não percebia nada. Só à terceira tentativa, quando pedi para falar mais devagar, é que consegui entender, ela estava a perguntar se eu queria o kebab com picante ou sem picante, o que era muito difícil de perceber, devido ao seu sotaque assemelhado a um escocês a tentar falar português.

Este sotaque deve-se a fatores históricos e ao afastamento de Portugal continental, porém, apesar de estar fora de Portugal continental, é uma ilha bastante organizada e que, mesmo que seja mais vezes visitada pelas suas belezas naturais e lugares históricos, não deixa nada a desejar em termos urbanos.

 

Ainda no dia a chegada, também fomos visitar o museu Carlos Machado, composto por três núcleos: arte, arte-sacra e recursos naturais, todos eles incríveis, porém, o meu favorito foi o da arte sacra que tem exposições maravilhosas de arte barroca. Dentro do museu aprendemos um pouco sobre a formação das ilhas, ficamos a saber que não se formaram todas ao mesmo tempo e sim aos poucos e que a ilha mãe do arquipélago é a ilha de Santa da Maria que foi a primeira a emergir. Ficámos também a saber que estava a haver atividade sísmica na ilha de São Jorge durante os dias que passamos nos Açores, o que pode originar o surgimento de uma décima ilha.

 

No segundo dia, começámos com o nosso plano de visitas, com paisagens maravilhosas, uma mais linda do que a outra. Visitámos a Lagoa das Sete Cidades, Lagoa do Fogo, os Mosteiros, a Caldeira Velha, vimos a Ponta da Ferraria, onde não conseguimos entrar, pois não era possível fazê-lo com o autocarro, o que é muito triste, porque dizem que é incrível e era também o lugar que eu mais queria conhecer, porém, os restantes lugares que vimos compensaram. Visitámos também a plantação de ananás dos Açores, onde ficámos a saber que ananás e abacaxi são a mesma coisa e, a coisa que mais me surpreendeu, que são precisos cerca de dois anos para um ananás estar totalmente pronto para ser comercializado. Imaginem o trabalho!

 

No terceiro dia e último de visitas, visitámos a Lagoa das Furnas, a Fábrica de Chá Gorreana, o Parque Natural da Ribeira dos Caldeirões e o Tanque de Água Termal no Parque Terra Nostra, onde muitos dos colegas e os professores entraram nas águas termais. Já eu e alguns colegas, que não levaram roupa para tal, ficamos a explorar o parque que passa a sensação de estarmos numa daquelas florestas encantadas dos desenhos animados, mas não era uma animação, era real, existe e está em Portugal. Ainda nesse dia vimos a preparação do prato mais conhecido da ilha de São Miguel, o cozido das furnas. Prato este mais conhecido pelo processo de deixar a cozer de baixo da terra devido à elevada temperatura e retirar após 6 horas do que propriamente pelo sabor, que é bom, mas sabe simplesmente a um cozido comum.

 

No último dia, acordamos cedo e tomamos novamente o pequeno-almoço do hotel que foi muito acolhedor e compreensível, pois não é fácil lidar com barulho de estudantes. Portanto, se um dia quiserem visitar a ilha de São Miguel, recomendo o Hotel camões, agradável, limpo e com todas as condições necessárias para uma boa estadia.

Chegámos ao aeroporto de Ponta Delgada ao meio-dia, ou seja, tivemos de almoçar lá. Gostaria muito de dizer que os preços são acessíveis, mas não, são os mesmos que em qualquer outro aeroporto.

Durante o voo de regresso, sentei-me ao lado de um casal apaixonado que, curiosamente, veio no mesmo voo que nós e tive uma conversa bastante produtiva com eles, sobre o futuro, política, a estadia deles na ilha de São Miguel e, entretanto, o senhor disse-me que já visitara todas as ilhas do arquipélago dos Açores, mas que a favorita era São Miguel, disse-me também que já tinha visitado também a região autónoma da Madeira e aconselhou-me a conhecê-la, dizendo que é muito boa para nós jovens, por vencer a ilha dos Açores em termos de urbanização e atrações, embora ele mesmo tenha dito que, em termos de paisagens, não há igual à que existe nos Açores.

Penso que esta viagem foi um pouco mais diferente para mim, por ser o único aluno do ensino doméstico a ir e, por isso, estaria um pouco em desvantagem, por não ter ligações muito fortes, porém, a viagem foi tudo menos desagradável. Tanto os professores como os colegas enquadraram-me perfeitamente no grupo e parecia que já convivia com eles há anos, penso que isso retrata também um pouco a identidade da escola em si.


O arquipélago Açores é muito bom para visitar tanto com amigos e família, como para visitar com o amado ou amada tal como os meus colegas de voo.
Penso que foi uma experiência muito boa e que certamente guardarei comigo e penso em voltar para os Açores no futuro, pois não deu para conhecer todas maravilhas da ilha de São Miguel e ainda tenho o desejo de conhecer o resto das ilhas, pois tal como a guia da caldeira velha havia dito, “é impossível conhecer os Açores em semanas, é necessário no mínimo meses para poderes dizer que conheces as ilhas dos Açores¨."

 

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